O líder da Coligação Democrática Unitária (CDU) quer um melhor aproveitamento de fundos comunitários ao nível local e o fim das Parcerias Público-Privadas (PPP).

Jerónimo de Sousa voltou a defender um maior investimento estatal ao nível das infra-estruturas de transportes e outras que possam ajudar ao desenvolvimento económico e à produção nacionais, num jantar-comício de pré-campanha eleitoral autárquica em Serpa, distrito de Beja.

"Não há desenvolvimento possível com níveis de investimento abaixo das necessidades. Precisamos de aproveitar plenamente os fundos comunitários. Para isso, é necessário que o Estado tenha os montantes indispensáveis para assegurar a parte nacional. É necessário reprogramar o actual quadro comunitário", disse o secretário-geral do PCP (que integra a CDU, juntamente com “Os Verdes”), referindo-se ao quadro de apoio Portugal 2020, acordado com a Comissão Europeia, para projectos de investimento entre 2014 e 2020.

O líder do PCP exigiu "uma maior intervenção das autarquias e dos seus projectos", salientando as vantagens do projecto de nova lei das finanças locais do seu partido para "assegurar a recuperação da capacidade financeira perdida ao longo dos anos pelos municípios e freguesias".

"É necessária uma ruptura com o modelo das PPP. Soube-se agora que nos primeiros sete meses do ano as PPP relativas às auto-estradas renderam 50 milhões de euros de lucro ao grupo Mello. O país não precisa desses contratos que arruínam o Estado para enriquecer grupos económicos. O país precisa é de investimento em transportes e infra-estruturas que fazem falta ao país, em condições que sirvam o interesse público e o desenvolvimento nacional", reclamou.

Jerónimo de Sousa reiterou a necessidade da conclusão das obras em vias de comunicação da região, incluindo dos caminhos-de-ferro.

A situação do país, disse, “evidencia que um sistema de transportes assente em empresas públicas, nas vertentes estratégicas, é a única forma de garantir a efectiva prioridade ao serviço público, o serviço às populações e o apoio à actividade produtiva".

Serpa é uma das 11 autarquias que sempre foram lideradas por colectivos comunistas, desde há 40 anos, tal como Almada, Arraiolos, Avis, Castro Verde, Moita, Montemor-o-Novo, Mora, Palmela, Santiago do Cacém, Seixal.

Em Serpa são candidatos Tomé Pires (CDU), Manuel Soares (PS), António Bettencourt (PSD/CDS), Alberto Matos (BE) e Joaquim Covas (PCTP/MRPP).