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O Parlamento aprovou esta sexta-feira, por unanimidade, um voto de repúdio apresentado pelos Verdes no qual se apela ao Governo português para que aproveite a próxima cimeira ibérica para defender, junto do Executivo espanhol, o encerramento da central nuclear de Almaraz.

O voto repudia o prolongamento do funcionamento da central além de 2020 e pede ao executivo que tome uma "posição peremptória" para que as instalações, a 100 quilómetros da fronteira com Portugal, sejam encerradas.

O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) recorda, no texto, que Portugal desistiu de uma queixa junto da Comissão Europeia, depois de ter assinado um acordo com Espanha quanto à reavaliação dos impactos fronteiriços do armazém temporário que vai ser construído em Almaraz.

Nesse acordo, Espanha comprometeu-se em fornecer às autoridades portuguesas o estudo de impacto ambiental e outros documentos relativos à construção do armazém. Documentos que, segundo os peritos portugueses que os analisaram, revelam que o cenário de acidente no armazém de resíduos nucleares não foi contemplado, sendo impossível garantir que o território português está a salvo da radioactividade. Mesmo assim, Portugal decidiu não levantar objecções à construção do armazém que vai receber urânio enriquecido.

Numa declaração política, na quinta-feira, Heloísa Apolónia, deputada do PEV, criticou o Governo na condução deste processo, dizendo que este deveria deixar muito claro perante os espanhóis que é a favor do encerramento da central nuclear.

Para a deputada dos Verdes, parece que o executivo português ficou “convencido com o estudo técnico” sobre a construção de um novo armazém de resíduos para a central de Almaraz, quando é claro que “há riscos, incluindo para a população portuguesa”.

Heloísa Apolónia alertou ainda para o perigo de o novo armazém contribuir para o prolongamento do tempo de vida da central, além de 2020, ano oficialmente apontado para o seu encerramento – uma possibilidade contemplada no anteprojecto de construção do armazém. No mesmo debate, o PSD defendeu que o tema de Almaraz deveria ser levado à cimeira ibérica, agendada para 29 e 30 de maio, em Vila Real.

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