O CDS-PP defendeu esta segunda-feira que o Orçamento do Estado para 2017 só não aumentou para a cultura porque o BE se esqueceu de impor essa condição para o viabilizar, acusando a coordenadora bloquista de uma "vergonhosa encenação".

No domingo, a coordenadora do BE, Catarina Martins, criticou o "vergonhosamente baixo" valor para a área da cultura do actual Orçamento do Estado, sublinhando que é "igual, se não pior, aos orçamentos para a cultura do tempo do PSD/CDS".

Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente dos centristas Adolfo Mesquita Nunes considerou que "vergonhosa é a sistemática tentativa de encenação a que o BE recorre sempre que se fala de Orçamento do Estado".

"O que é relevante aqui é que o BE viabilizou este orçamento, impôs condições para a sua viabilização e procura agora fingir que nada tem que ver com este orçamento", acusou.

"Se o BE tivesse imposto um aumento do Orçamento do Estado para a cultura como condição para viabilizar este orçamento, esse aumento tinha ocorrido. Só não ocorreu porque o BE se esqueceu", acusou.

Adolfo Mesquita Nunes recordou que "este Orçamento do Estado só existe porque o BE o viabilizou" e que "só existe porque ele cumpre com as condições que o BE impôs para o viabilizar".

"Isto é, se o Bloco de Esquerda impusesse um aumento do orçamento da cultura como condição para viabilizar este orçamento, essa condição ter-se-ia verificado", observou.

Quanto ao paralelo com os orçamentos dos Governos de coligação PSD/CDS-PP, o dirigente centristas esclareceu apenas que "os orçamentos são organizados de forma diferente e seria necessário, para fazer essa comparação, que a coordenadora do BE apresentasse os números que compara".