Luís Marques Mendes, um dos conselheiros de Estado escolhidos pelo próprio Presidente da República, criticou Marcelo Rebelo de Sousa a propósito do regresso da polémica sobre a Caixa Geral de Depósitos.

No seu comentário semanal na SIC, Mendes disse que desta vez o Presidente devia ter ficado calado.

“Preferia que o Presidente da República não tivesse feito declaração nenhuma, preferia que ele não se tivesse envolvido nesta questão. É por uma questão de princípio fácil de entender: o Presidente da República tem a responsabilidade de ajudar à estabilidade política e governativa, mas já não é responsabilidade do Presidente da República a estabilidade de cada ministro em concreto. Mário Centeno não vai sair, mas mesmo que saísse isso não punha em causa a estabilidade do Governo”, disse.

O comentador e ex-presidente do PSD também acusou o Governo de ter manipulado a publicação do decreto-lei que criou excepções para os gestores da Caixa Geral de Depósitos.

Segundo Marques Mendes, o Governo atrasou a publicação para evitar alterações no Parlamento.

“O Presidente da República promulgou no dia 21 de Junho, mas só foi publicado no dia 28 do mês seguinte, ou seja, o Governo congelou este decreto-lei, manipulou a data de publicação porque 28 de Julho é o início das férias da Assembleia da República. Ou seja, queriam diminuir o risco dos deputados se aperceberem”, acrescenta.