O segundo maior banco de investimento na China, o grupo Haitong, assina este domingo com o governo português um acordo para investir em toda a zona logística de Sines.

Em declarações à Renascença, José Maria Ricciardi, membro do conselho de administração daquela instituição, sublinha que são mais de mil hectares em causa onde os chineses vão investir.

“Hoje vamos assinar um acordo para trazer o investimento chinês para o desenvolvimento da parte logística”, explica Ricciardi, acrescentando que “há toda a parte logística por trás do porto que vai transformar a região de Sines e Portugal, do ponto de vista estratégico, numa das mais importantes para onde se poderão trazer os investidores”.

“O porto tem uma posição estratégica quer para a exportação, quer para a importação”, remata.

O memorando é assinado em Pequim entre o governo português, chinês e o banco de investimento Haitong, aproveitando a visita oficial que o primeiro-ministro, António Costa, está a fazer à China.

Costa apela ao investimento em "novos activos"

Durante a visita à China, o primeiro-ministro apelou directamente aos líderes de alguns dos maiores grupos económicos chineses para entrarem num novo patamar de investimento em Portugal, criando agora "novos activos".

Costa falava no início de um pequeno-almoço com empresários chineses, entre os quais se encontravam praticamente todos os que já realizaram elevados investimentos em Portugal, como os líderes da Fosun (Guo Guangchang), da China Three Gorges (Lu Chun), da State Grid (Yang Qing), da Haitong (Qu Qiuping) e do Bank of China (Tian Guoli).

No discurso de abertura da reunião, que foi aberto aos jornalistas, o primeiro-ministro português dedicou precisamente as suas últimas palavras aos gestores portugueses: "Vejo aqui à volta desta mesa vários portugueses, o que quer dizer que os empresários chineses encontraram no meu país excelentes quadros para garantir os seus investimentos", disse.

Perante os empresários chineses, a intervenção de António Costa teve como objectivo defender que "há um novo patamar" na cooperação, "com a criação de novos activos no país, ou a partir de Portugal para terceiros países".

"Há novas áreas que justificam uma parceria económica entre os dois países", acentuou António Costa, numa alusão ao facto de os investimentos chineses até agora realizados em Portugal se terem limitado à aquisição de activos empresariais.