A secretária de Estado dos Assuntos Europeus diz que este não é momento para consultas populares, sublinhando que é necessário evitar "uma febre referendária" em Portugal e nos outros estados-membros da União Europeia.

"Não estamos em momentos de referendos e penso que o há que evitar é uma febre referendária, quer em Portugal, quer em outros Estados membros da União Europeia", afirmou Margarida Marques quando questionada sobre as declarações da coordenadora do BE, que disse que se a Comissão Europeia avançar com sanções contra Portugal por défice excessivo o partido colocará na agenda um referendo em Portugal sobre a Europa.

Rejeitando que uma ideia como esta vinda de um dos parceiros de uma maioria de esquerda portuguesa possa prejudicar a imagem de Portugal, Margarida Marques considerou "natural que surjam propostas deste tipo", mas lembrou que "tudo ainda está por discutir e sobretudo uma decisão por parte da comissão" em relação à imposição de sanções a Portugal.

A secretária de Estado dos Assuntos Europeus falava aos jornalistas no final dos encontros que o primeiro-ministro teve esta tarde com PSD, PCP, BE, CDS, PEV e PAN de preparação do Conselho Europeu, que se realizar terça e quarta-feira.

Ainda a propósito das sanções, Margarida Marques recordou que o Governo tem estado a dialogar com as instituições europeias, nomeadamente a explicar a evolução orçamental em Portugal.

E, continuou, no dia 5 de Julho a Comissão irá decidir se vai aplicar sanções a Portugal, "se quer adiar ou se quer voltar a discutir o assunto mais tarde".

"Não podemos adivinhar qual efeito do Brexit sobre as políticas europeias", acrescentou.