O vice-presidente da bancada do PSD Hugo Soares reagiu hoje à dissolução da direcção do Instituto de Segurança Social, acusando o Governo de encher a administração pública de 'boys' do PS.

"A verdadeira reforma do Estado que Portugal precisa passa também por qualificar a administração pública. Ao que parece, o que que o PS e o Governo querem é encher a administração pública de amigos do PS, de 'boys' do PS, desqualificando a nossa administração pública, colocando gente do PS em detrimento do mérito e do trabalho que tem vindo a ser realizado", afirmou Hugo Soares aos jornalistas no parlamento.

O Ministério da Segurança Social anunciou esta terça-feira que o conselho directivo do Instituto de Segurança Social vai ser dissolvido no domingo e passará a ser composto por dirigentes em regime de substituição até à conclusão do concurso que vai decorrer.

Para o PSD, o Governo está a mudar as direcções dos institutos públicos "numa lógica de instrumentalizar do ponto de vista partidário e político os institutos públicos em Portugal".

"O PS em vez de fazer o que o anterior Governo fez, que foi apostar nos concursos públicos e na transparência, parece querer apenas demitir toda a gente dos institutos públicos para colocar gente afecta ao PS", declarou Hugo Soares.

De acordo com uma nota de imprensa divulgada pelo gabinete do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a mudança de direcção deve-se à necessidade de dar "uma nova orientação à gestão do Instituto de Segurança Social (ISS)", de modo a cumprir os objectivos definidos no Programa do Governo relativamente à promoção da coesão social.

O actual Conselho Directivo do ISS tem como presidente Ana Clara Birrento, como vice-presidente Jorge Campino e como vogais Luís monteiro e Paulo Ferreira, que assumiram funções em Julho de 2015 e que deveriam terminar mandato em 2020.

Os actuais membros do Conselho Directivo do ISS encontravam-se nomeados desde Julho de 2015 por despachos do anterior membro de governo da tutela e foram hoje ouvidos, em sede de prévia audiência, sobre os fundamentos da projectada dissolução.

Segundo o comunicado emitido pelo gabinete de Vieira da Silva, "serão nomeados dirigentes em regime de substituição, como previsto na legislação em vigor, seguindo-se o procedimento concursal na CRESAP".