O ex-presidente do PSD Francisco Pinto Balsemão comparou esta sexta-feira, na Renascença, o cenário político nacional com “uma corrida de cavalos” com dois coches: um, “difícil de governar”, conduzido por António Costa, o outro levado por Pedro Passos Coelho com “os cavalos um pouco cansados" e um "cocheiro" "frustrado" "por ter ganho a última corrida e não ter tido os louros”.

O presidente do conselho da administração do grupo Impresa esteve esta sexta-feira no OpenDay da Renascença para uma edição especial do programa “A Três Dimensões”, com Francisco Sarsfield Cabral, onde traçou um retrato do actual PSD, partido do qual é fundador, e deixou algumas reflexões para o congresso social-democrata, marcado para os primeiros dias de Abril.

Passos Coelho “precisa de renovar o seu pessoal”, defende Pinto Balsemão. “E precisa, como ele próprio já disse, de um regresso as raízes social-democratas.”

Questionado sobre se Pedro Passos Coelho sobrevive politicamente a António Costa, o empresário responde que “a tal corrida de cavalos, cujo comissário de pista vai ser a União Europeia, vai começar de verdade quando se começar a preparar o Orçamento para 2017".

"E falta pouco tempo”, acrescentou. "Há compromissos que se têm de tomar já daqui a um mês ou dois."

É preciso mais do que um slogan

Num comentário ao slogan de Passos para a recandidatura à liderança do PSD (“Social-democracia, sempre!”), Balsemão considera que “dentro desse slogan” é necessário “ideias mais concretas”.

O militante número 1 do então PPD defende o cooperativismo, considera que é necessário repensar o papel do Estado e do privado e “ter presente que a sociedade civil terá um papel cada vez mais importante”.

“Para mim, a social-democracia no século XXI passa por muito destes aspectos, incluindo o ambiente, em que o PSD sempre foi um líder e teve um papel determinante.” Citando a Plataforma para o Crescimento Sustentável, criada pelo ex-ministro do Ambiente Jorge Moreira da Silva, Pinto Balsemão refere há “muito trabalho já feito para modernizar a social-democracia”.

“Este congresso poderia servir para isso”, remata.