Pedro Passos Coelho vai renovar a sua equipa na direcção do PSD. A vontade foi manifestada pelo ex-primeiro-ministro esta quarta-feira em conversa informal com jornalistas sobre a sua recandidatura à liderança do PSD, que também se disse preparado para voltar a ser primeiro-ministro, apesar de não estar “ansioso” por eleições.

A apresentação formal da candidatura está marcada para a noite desta quarta-feira. As eleições directas do PSD estão marcadas para 5 de Março e o congresso decorrerá de 1 a 3 de Abril, em Espinho.

Sem referir nomes, Passos Coelho disse que é “natural” renovar a sua equipa, até porque as circunstâncias mudaram e o PSD passou de governo a oposição. O ex-primeiro-ministro quererá dar mais protagonismo a figuras que vão deram provas durante os quatro anos de governo.

Um dos rostos a mudar poderá ser o do porta-voz, Marco António Costa, que desempenhou essas funções nos últimos anos e que tem a imagem desgastada quer pelo desempenho das funções, quer pelo envolvimento do seu nome em suspeitas de tráfico de influências.

Além de mudar a equipa, Passos Coelho vai tentar centrar o seu discurso na social-democracia, para descolar da imagem de neo-liberal que teve ao longo da sua governação. “fomos sempre sociais-democratas”, disse o ex-primeiro-ministro, que acredita que o facto de ter sido a cara da austeridade também é um activo da sua parte.

“A imagem ligada à austeridade resultou das circunstâncias e pode estar associada à determinação com que liderei o País. Dei a cara por essas medidas, sem cálculos pessoais”, afirmou Passos, cuja recandidatura tem por lema "Social Democracia Sempre”.

Para o líder do PSD, é discutir s social-democracia do partido é um “falso assunto”. “ Mesmo nas medidas de austeridade que adoptámos fomos sempre sociais-democratas”, acredita Passos Coelho, que vai dar uma volta pelo país na campanha interna para as eleições directas.

Uma campanha que, assumiu, será “voltada para o país” porque, embora diga que não está “ansioso” por ir a eleições, assume que quer voltar a ser primeiro-ministro, e está “preparado” para ser.

Quanto ao posicionamento do partido no Parlamento, Passos promete uma “oposição construtiva” e disse que apresentará propostas para o combate às desigualdades sociais e ao problema demográfico. “Queremos um País mais atractivo, mais tecnológico, mais inovador, com menos desigualdades e com mais justiça social”, afirmou o ex-primeiro-ministro.

Já na relação com o governo socialista, não concorda com o programa, nem com as prioridades, mas recusa ter uma “visão do bota a baixo”.