A candidata presidencial Maria de Belém recusou esta quinta-feira a hipótese de se prolongar no tempo um Governo de gestão, invocando para o efeito os compromissos externos do Estado português, designadamente o Tratado Orçamental da União Europeia.

A antiga ministra dos governos liderados por António Guterres falava aos jornalistas depois de ter estado reunido cerca de uma hora com a direcção da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa.

Interrogada sobre como encara a possibilidade de se prolongar no tempo uma situação de indefinição política no país, com um Governo de gestão por vários meses em funções, Maria de Belém manifestou-se contra esse cenário.

"Tenho dito muitas vezes que não sou comentadora, sou candidata à Presidência da República e não vou entrar nesse jogo de estar a discutir questões que não se inserem especificamente nos objectivos das minhas acções de campanha", começou por prevenir.

Maria de Belém afirmou em seguida, porém, que, enquanto candidata presidencial, considera que "um Governo de gestão não preencherá as obrigações que Portugal tem designadamente no contexto europeu por força daquilo que o Estado português está obrigado em termos de Tratado Orçamental".

Para a ex-presidente do PS, na sequência das últimas eleições legislativas, Portugal num "processo", que "ganha em ser gerido pelas instituições e instâncias próprias que neste momento estão no exercício das duas funções: o Presidente da República na nomeação do Governo; a Assembleia da República na avaliação de programas de Governo. Vamos deixar as instituições funcionar."