O líder do PSD "não vai aceitar que o país fique refém de um jogo político-partidário" e pede um "ponto final" nas negociações entre partidos: quem ganhou as eleições foi a coligação PSD/CDS e não o PS.

À margem de uma reunião da Concertação Social, esta quarta-feira, Pedro Passos Coelho rejeitou o que diz ser a "chantagem política" feita pelo PS, PCP e Bloco de Esquerda.

O primeiro-ministro recusa participar num jogo "que inverte ou perverte" o resultado das eleições de 4 de Outubro.

"Talvez seja altura de pôr um ponto final naquilo que o país tem vindo a assistir de forma atónita. Dá a impressão que o PS ganhou as eleições e está a fazer diligências para formar Governo", afirmou.

"Está na altura de dizer de forma audível que o Partido Socialista perdeu as eleições", diz Passos, que pede "humildade" ao PS. “As eleições tiveram um vencedor conhecido, a coligação Portugal à Frente."

"Já tive duas reuniões com o PS e não tenciono ter mais nenhuma para fazer de conta ou simular que se está a alcançar algum resultado, pois o PS não deu contributo nenhum", acusou o chefe de governo.

"Não vamos virar o resultado das eleições do avesso. Não vou governar com o programa do Partido Socialista."

Aludindo aos resultados da votação nos círculos da Europa e Fora da Europa, que serão conhecidos esta quarta-feira, Passos foi peremptório: "Fecha-se o processo eleitoral e, a menos que haja uma surpresa muito significativa, que não é expectável, a coligação deve ser chamada pelo Presidente da República para constituir governo."

Patrões e sindicatos estão reunidos para apresentação de informação prévia sobre o Conselho Europeu de 15 de Outubro, com a presença do primeiro-ministro.

Os líderes do PSD, PS e Bloco de Esquerda estarão na quinta-feira em Bruxelas, palco de uma cimeira de líderes da União Europeia, mas com as atenções centradas na situação política em Portugal.

Num contexto de impasse político em Portugal, na sequência das eleições legislativas de 4 de Outubro, Passos, António Costa e Catarina Martins reunir-se-ão com as respectivas famílias políticas europeias, antes do início dos trabalhos do Conselho Europeu, no qual Passos representará Portugal enquanto primeiro-ministro em exercício.