O jovem autarca tem 22 anos, mas dão-lhe sempre menos idade. Os olhos azuis ilustram um quadro de juventude que Marcelo Almeida Santos se orgulha de apresentar como bandeira promocional da União de Freguesias de Melo, Nabainhos e Nabais.

“Há coisa melhor que isto? Aparecer na televisão, na rádio ou no jornal é bom para a nossa terra”, defende por estar a ser notícia - nas suas palavras - “o autarca mais jovem do país”.

Marcelo orgulha-se do título até porque desde que foi eleito, o presidente da junta social-democrata ainda não parou de pesquisar.

“Há um presidente de junta com 22 anos, mas andei a pesquisar na Internet e eu sou mais novo um mês e uns dias. Acredito ser o mais novo, pois vi candidatos com 18 anos, mas não conseguiram ganhar, e já questionámos a Comissão Nacional de Eleições e o Ministério Público, mas não têm esses dados”, lamenta.


Tânia Mendes, 33 anos, trabalha como auxiliar no lar de Melo e diz que o “Marcelo se tem preocupado com o que está mal, principalmente com os idosos. É uma freguesia envelhecida e tem conversado comigo sobre os cuidados que podem ser feitos em casa, avaliações de glicémia, tensão”, desvenda.

Também Fernando Coelho, 68 anos, aplaude a eleição do jovem autarca. “É o melhor que podia acontecer a Melo, não vejo mais ninguém com as qualidades dele”, assume o morador.

Mas nem tudo corre de feição ao novo presidente da Junta. Por estes dias houve alguns atos de vandalismo, como sinalética apagada.

“Há quem seja a favor de nós, quem seja contra e quem nos chame de garotos, mas estamos aqui para dar o nosso melhor. Espero que quem nos deita abaixo consiga, daqui a quatro anos, reconhecer o trabalho feito”, aponta o jovem autarca.

Marcelo está decidido a inaugurar no seu mandato a Casa da Palavra- um centro de cultura - dedicado a Vergílio Ferreira e espera ter como convidado o Presidente da República, pois foi graças a ele que nasceu a ideia de se tornar chefe de Estado, ainda na escola. “Estive quatro anos no Instituto de Gouveia, Escola Profissional, e chamavam-me 'Presidente Marcelo'...fui sendo assim apelidado pelos alunos e professores e o sonho foi aumentando”, recorda.

“O que seria de nós se não sonhássemos? Era um sonho que trazia e candidatei-me... é um sonho tornado realidade. Têm sido dias intensos, de muito nervosismo e aprendizagem”, assume Marcelo Santos, que quer ainda trazer um salão de cabeleireiro para a freguesia.

“Farei tudo para cativar serviços para cá e estou a ajudar a Marta, uma cabeleireira da minha família, para vir. Se temos bombeiros, farmácia, café, posto médico, porque não havemos de ter cabeleireiro?”, questiona.