Edificada nos finais do século XVI, a igreja de São Pedro, localizada na zona sudoeste do centro urbano de Grândola, foi transformada em museu e vai ser inaugurada esta quinta-feira, dia 22, precisamente no dia do concelho.

“O Núcleo Museológico de São Pedro pretende ser um local de investigação e divulgação da memória coletiva e de salvaguarda do património histórico e arqueológico do concelho de Grândola”, salienta o município, numa nota enviada à Renascença.

Nas vicissitudes próprias dos tempos, foi já depois da extinção das ordens religiosas, que o templo terá sido progressivamente abandonado. Em 1934 foi adquirido, em conjunto com as casas anexas, pela câmara municipal, para servir de área de apoio à central elétrica que fica paredes meias.

A partir de então, teve diversas utilizações, nomeadamente enquanto estabelecimento de ensino, serviu de espaço de fornecimento da "sopa dos pobres" e, nas últimas décadas, albergou as oficinas municipais.

Em 2010 a câmara de Grândola apresentou um projeto de reabilitação e reconversão do imóvel como núcleo museológico. Foram, então, efetuadas sondagens arqueológicas que revelaram a utilização da ermida como local de sepultamento entre os séculos XVII e XIX. Em 2015, foi classificada como Monumento de Interesse Municipal.

Segundo refere a câmara, o espaço está, agora, apto a “acolher exposições de longa duração e temporárias, assim como as reservas museológicas do município que passarão, deste modo, a deter as condições de acondicionamento adequadas às suas diferentes tipologias.”

O que pode ver?

O município promete ao visitante, “uma viagem sem precedentes ao longo dos diferentes períodos históricos”, e isso significa o contato com “vestígios materiais deixados por comunidades de antanho, desde os antigos caçadores recolectores até aos tempos do Llugar da Gramdolla.”

Na jornada pela memória de tempos remotos, o núcleo museológico dá a conhecer, indica a autarquia, todo um território “repleto de monumentos megalíticos, necrópoles de cistas, minas, fábricas de salga, templos, ruínas e naufrágios, que a investigação histórica e arqueológica se encarregou de desvendar.”

São 200 m2, com uma área expositiva que ocupa a antiga nave e o altar-mor e duas salas laterais dedicadas à exposição de longa duração, que retrata “lugares, exibindo artefactos datados desde o Paleolítico ao século XX.”

Há ainda uma outra sala, lateral, dedicada a exposições temporárias, onde vão ficar patentes, numa primeira fase, fotografias da coleção Martins & Máximo. O espaço conta também com um pequeno auditório para a projeção de um filme alusivo à história do concelho de Grândola.

A abertura ao público acontece, então, dia 22 de outubro, às 11h30, numa cerimónia que integra as comemorações dos 476 anos do concelho alentejano, do distrito de Setúbal.