O comandante da Proteção Civil admitiu este domingo que possa ter sido uma mudança de vento a cercar a equipa do bombeiro de Miranda do Corvo que morreu a combater um incêndio na Lousã, mas reservou conclusões para depois dum inquérito.

Em conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Duarte da Costa indicou que o incêndio que matou um bombeiro e provocou ferimentos em quatro outros da corporação de Miranda do Corvo começou com uma trovoada seca e que, nessas condições, há "mudanças de vento repentinas nas camadas inferiores da atmosfera, junto ao chão".

"Rapidamente, num terreno que é muito difícil e com grande declive, poderá ter havido uma alteração de vento que levou a que o chefe José Augusto se visse na vicissitude de não conseguir sair da zona onde acabou por falecer. No entanto, vamos aguardar com calma e serenidade que sejam feitos todos os inquéritos pelas autoridades competentes como foi determinado pelo ministro da Administração Interna para que se tirem conclusões e se evitem situações destas", declarou.

À Renascença, o tenente-coronel Sérgio Trindade, da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) tinha já apontado um momento-chave, que pode ter levado à morte deste bombeiro.

“Houve um momento em que a equipa se desfez e tiveram de ir novamente ao encontro destes elementos. Ele não ficou desaparecido, foi o momento, a situação que se desenvolveu, houve menor ligação entre quem estava no terreno”, revela o tenente-coronel.

O Ministério da Administração Interna determinou a instauração de um inquérito às circunstâncias em que ocorreu a morte do bombeiro.

A Câmara de Mirando do Corvo decretou três dias de luto municipal.

País em alerta amarelo até à meia-noite

O país entrou em alerta amarelo da Proteção Civil até à meia-noite deste domingo. Depois dessa hora, o alerta amarelo irá manter-se apenas nos distritos de Beja, Castelo Branco, Faro, Evora, Guarda, Portalegre e Santarém.

Há instabilidade atmosférica, com possibilidade de trovoadas secas, o que obriga a uma movimentação de forças que previna a possibilidade de ocorrência de incendios.