A embaixada ucraniana em Lisboa recebeu um email do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) a comunicar a morte de Igor, de 40 anos, por “problemas epiléticos” no Aeroporto de Lisboa.

Segundo o “Diário de Notícias”, o email foi enviado no final da noite de 12 de março, quinta-feira, um dia depois de a embaixada ter recebido uma notificação sobre a recusa de entrada desse mesmo cidadão e da sua ordem de deportação.

“No dia 13 de manhã ligámos para o inspetor que enviou o e-mail a perguntar o que sucedera. Disse-nos que ele tinha tido problemas epiléticos e tinha ido para o hospital por esse motivo e que já de regresso ao aeroporto tinha sido preciso chamar o INEM e morrera quando estavam a tentar salvá-lo. Quando quisemos saber por que motivo não nos tinham comunicado a ida ao hospital, não nos responderam”.

Nestas declarações ao jornal, o cônsul reconhece que a lei não obriga o SEF a informar a embaixada de que um cidadão naquelas circunstâncias teve necessidade de cuidados médicos, mas usualmente outras autoridades pedem a colaboração da embaixada.

O alegado crime terá sido cometido nas instalações do Centro de Instalação Temporária, no aeroporto de Lisboa, no passado dia 12, após a vítima ter supostamente provocado alguns distúrbios no local, de acordo com a PJ.

Os três funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de serviço à altura dos factos foram detidos por suspeita do homicídio, tendo ficado em prisão domiciliária.

SEF já tem um novo Diretor de Fronteiras de Lisboa

Devido a este alegado homicídio, o diretor e o subdiretor da Direção de Fronteiras de Lisboa do SEF cessaram funções.

Horas depois da demissão da estrutura anterior, provocada pelo caso, o Ministro da Administração Interna nomeou um substituto. A Renascença apurou que recorreu a alguém com quem trabalha de perto – o oficial de ligação do SEF junto do ministério, cargo que já ocupa há quase quatro anos.

Trata-se do inspetor coordenador Fernando Parreiral da Silva, que já foi precisamente diretor de Fronteiras de Lisboa.

Entretanto, o Governo abriu um inquérito à Direção de Fronteiras de Lisboa do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras na sequência da detenção dos três elementos daquele serviço em funções no aeroporto por suspeitas de homicídio.