Sem qualquer critério, à medida que a procura aumentava, o comerciante aumentava o preço dos desinfetantes das mãos. Variou entre os 25 euros e os 150 euros. As margens de lucro entre a compra e a venda foram entre os 50 e os 500 por cento. Este armazenista da Grande Lisboa foi um dos alvos de uma das acções da ASAE nos últimos dias, e é suspeito do crime de especulação de preço.

Os alvos da nova acção de fiscalização da ASAE voltaram a ser sobretudo as farmácias, mas também armazéns e lojas que estão a comercializar máscaras e desinfetantes à base de álcool.

O especulador que vendia o gel desifetante a 150 euros foi inspecionado na sequência de uma denúncia sobre a “eventual prática de preços especulativos na venda de desinfetante para as mãos, vulgo ‘álcool gel´”.

Sobre a operação realizada esta terça-feira, ainda não há resultados oficiais. A ASAE enviou o caso do armazenista para o Ministério Público, com proposta de abertura de processo crime por especulação.

Na última semana, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica fiscalizou 30 locais de venda destes produtos de proteção associados à Covid-19. Entre este universo há para já cinco inquéritos crime.

Laboratório Militar está a produzir dois mil litros de gel desinfetante por dia

O Laboratório Militar duplicou, desde fevereiro, a sua capacidade e está a produzir diariamente dois mil litros de gel desinfetante para as Forças Armadas e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) devido à pandemia de covid-19.

Segundo uma informação do Ministério da Defesa Nacional, “desde o início de fevereiro que o Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos (LMPQF) aumentou a produção de desinfetante para fazer face ao expectável aumento de procura”, tendo duplicado a produção para 2.000 litros.

E “para conseguir corresponder às solicitações do Serviço Nacional da Saúde, encontra-se em curso a aquisição de novos equipamentos e a constituição de uma nova equipa de produção”, lê-se ainda numa nota, em resposta a perguntas da agência Lusa.

Noutra área, nos testes, o "procedimento laboratorial" do Laboratório de Defesa Biológica para a deteção do coronavírus "em amostras biológicas", está "na fase de validação junto do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)", ainda segundo a mesma informação.

O processo de validação desta técnica "implica o envio para o INSA de cinco amostras positivas e cinco amostras negativas que, depois de confirmadas pelo Laboratório de Referência Nacional", o INSA, darão "autonomia ao Exército para a deteção" do novo coronavírus.

"Esta técnica laboratorial será efetuada com 'kits' comerciais, validados para a deteção do SARS-CoV-2, estando prevista nesta fase a capacidade para analisar 4.000 amostras", lê-se ainda na nota do Ministério da Defesa Nacional.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, há 33 mortes, mais 10 do que na véspera, e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 302 novos casos em relação a segunda-feira (mais 14,7%).

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