A proteção civil de Amarante aconselhou os comerciantes e residentes na baixa da cidade a retirar os seus haveres das lojas, face à subida do rio Tâmega, disse à Lusa o presidente da autarquia.

Segundo José Luís Gaspar, o aconselhamento à população ocorre, para já, "numa perspetiva preventiva", porque o nível do rio que atravessa a cidade, às 15h45, ainda apresentava "alguma margem" até chegar às ruas mais baixas da área urbana, as primeiras que costumam ser inundadas quando ocorrem cheias em Amarante.

O autarca disse que toda a estrutura da proteção civil está em estado de alerta e preparada para responder se vier a ocorrer uma cheia.

A chuva intensa que se tem feito sentir nas últimas horas em Espanha, referiu, aumentou a preocupação das autoridades em Amarante e da Agência Portuguesa de Ambiente.

Para já, ressalvou, a barragem do Torrão, a jusante de Amarante, tem conseguido manter o débito máximo, ajudando a manter o caudal do rio num nível aceitável, sem transbordar o seu leito na zona urbana. Contudo, as próximas horas serão cruciais para se perceber se vai ser possível evitar nova cheia na cidade, concluiu.

60% do concelho de Amarante chegou a ficar sem eletricidade

O presidente da câmara referiu-se, também, ao trabalho que tem sido realizado nas últimas horas para repor a normalidade no fornecimento de energia elétrica ao concelho.

José Luís Gaspar referiu que os estragos do mau tempo deixaram 60% do concelho sem eletricidade, incluindo grande parte da cidade, mas às 15h45 já tinha sido possível melhorar a situação, havendo, contudo, ainda cerca de 30% sem fornecimento de energia.

O autarca previu que até ao final da tarde a situação esteja totalmente normalizada.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no distrito do Porto prevê-se chuva "forte e persistente, podendo ser acompanhado de trovoada" até às 21h.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil alertou na quarta-feira a população para o agravamento das condições meteorológicas, com precipitação forte e persistente, vento forte nas terras altas e agitação marítima forte em toda a costa.

A Proteção Civil alertou também para a possibilidade de "inundações rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem", e "inundações por transbordo das linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis".

Informou ainda que, tendo em conta as previsões do IPMA, há a possibilidade de inundações de "estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem" e de formação de lençóis de água na estrada, além da queda de ramos de árvores, danos em estruturas montadas ou suspensas.