O chefe de Estado-Maior do Exército (CEME) reconhece que as Forças Armadas têm menos militares do que deveriam ter, mas isso não tem impedido que as missões sejam cumpridas. Contudo, José Nunes da Fonseca está preocupado.

“Muito se tem falado da falta de praças nas Forças Armadas, mas não podemos esquecer e, isso é uma preocupação, os pedidos de abate aos quadros permanentes”, sublinhou Nunes da Fonseca, em São Tomé e Príncipe, onde acompanhou a visita do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.

Para José Nunes Fonseca “isso significa uma saída antes do tempo de alguém que não se sente realizado, o que é penoso”.

Este ano entre entradas e saídas, o saldo negativo é de 1.220 militares, segundo dados da Direção-Geral da Administração e Emprego Público a que a Renascença teve acesso.

Sem mostrar surpresa com os números agora conhecidos, a Associação Nacional de Oficiais (AOFA) diz ser “uma situação grave e preocupante”.

O presidente António Mota afirma que “2019 consegue ser o pior dos últimos anos e isso vem confirmar que os problemas não têm sido atacados pelo poder político”.

Também o presidente da Associação Nacional de Sargentos refere “grande preocupação e revolta com o estado a que chegaram as Forças Armadas Portuguesas”.

António Lima Coelho chama a atenção para o problema da saída de militares não só em regime de contrato, mas também dos que pertencem aos quadros permanentes.

“Há uns anos, quando aparecia um camarada a pedir abate aos quadros era uma situação muito falada porque era raro”. Mas agora é muito pior, pois no ano passado cinco sargentos pediram abate aos quadros e este e ano já são mais de 20.