Uma trabalhadora despedida por duas vezes de um empresa corticeira de Paços de Brandão, concelho de Santa Maria da Feira, vai ser reintegrada.

O regresso de Cristina Tavares à corticeira Fernando Couto decorre de um acordo a que as duas partes chegaram, esta quarta-feira, antes do início do julgamento do caso.

A reintegração de Cristina Tavares, que recusou sempre qualquer indemnização, será feita a 1 de Julho. A trabalhadora poderá vir a receber uma indemnização por danos morais.

A trabalhadora foi despedida por duas vezes, a segunda a 10 de janeiro. A administração da Fernando Couto sustentava que Tavares assumira "comportamentos consubstanciadores da prática de um crime de difamação", depois de ter denunciado práticas de assédio moral no trabalho, resultantes da sua reintegração, por ordem do Tribunal da Relação do Porto, após o primeiro despedimento, em janeiro de 2017.

A operária queixou-se de que que, depois de reintegrada, passou a carregar e descarregar sucessivamente a mesma palete com sacos de cortiça, como "castigo".

O diferendo custou á empresa Fernando Couto três contraordenações da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) num valor a rondar 50 mil euros.