O protesto #Somos Táxi mantém-se, mas o eixo central da Avenida da Liberdade, em Lisboa, que estava cortado devido à concentração de taxistas em protesto contra as plataformas de transporte em veículos descaracterizados, foi reaberto às 7h30 pela PSP.

Dirigindo-se aos taxistas, o presidente da Federação Portuguesa do Táxi considerou que esta reabertura é uma provocação e uma alteração das condições que tinham ficado estabelecidas anteriormente. Carlos Ramos pediu aos taxistas, que permaneceram na faixa destinada aos transportes públicos, que tenham calma e que mantenham a postura que têm tido até agora. "Não devemos reagir. Não sairemos daqui enquanto não houver resposta do Governo. O Governo empurrou-nos para esta situação. Agora têm que falar connosco", salientou.

Centenas de táxis continuam aparcados nos Restauradores, nos dois sentidos da Avenida da Liberdade e na Avenida Fontes Pereira de Melo até ao Saldanha.

À Renascença, o intendente Alexandre Coimbra, porta-voz da PSP, confirmou que não têm registo de qualquer incidente nas três cidades, assinalando o "comportamento ordeiro" por parte dos manifestantes.

Nestas declarações diz que não está autorizada a circulação de táxis em protesto. "O desfile de viaturas ou a sua circulação está proibida por razões de segurança. Isso é algo que não estava previsto. Os promotores nunca disseram que iam fazer e nós estamos atentos - não poderemos permitir que o isso aconteça por força de prejudicarmos toda a cidade de Lisboa."

Os taxistas protestam contra a entrada em vigor, em 1 de novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal - Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé.

Na quarta-feira, representantes da ANTRAL e da Federação Portuguesa do Táxi reuniram-se com os grupos parlamentares para travar a lei que regulamenta as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros, mas na falta de respostas positivas às reivindicações decidiram prolongar o protesto.

O presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) disse cerca das 7h30 que a abertura manifestada pelos partidos para aprovar uma proposta que envie para o Tribunal Constitucional a "lei da Uber" "não chega".

Cerca das 7h00, nos Restauradores, onde continuam concentrados centenas de taxistas desde quarta-feira, Florêncio Almeida salientou que a abertura manifestada pelos partidos "não chega".

Os representantes do setor do táxi tinham enviado à Assembleia da República um pedido para serem recebidos pelos deputados, a quem pediram que fosse iniciado o procedimento de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma e que, até à pronúncia do Tribunal Constitucional, fossem suspensos os efeitos deste, "por forma a garantir a paz pública".

A legislação foi promulgada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em 31 de julho.