O primeiro-ministro considera que o sistema respondeu bem aos incêndios dos últimos dias e afirma que é "absolutamente irresponsável qualquer apelo para que as populações não sigam as recomendações das autoridades".

António Costa falava em conferência de imprensa sobre o incêndio que lavra há seis dias de Monchique, após uma reunião na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em Carnaxide.

Num primeiro balanço “desta primeira grande prova”, António Costa defendeu a resposta dada pelo dispositivo que está no terreno.

“O facto de termos mais de 582 ignições nestes últimos cinco dias e só 26 incêndios, e só este de Monchique ter concentrado atenção das autoridades, demonstra que o sistema respondeu a altura do desafio que estava colocado.”

O primeiro-ministro considera que o fogo de Monchique foi “exceção que confirmou a regra do sucesso da operação dos últimos dias”.

“Por que é que o incendio não foi apanhado no primeiro minuto? Por circunstâncias próprias que têm a ver com a dificuldade do terreno, das condições climatéricas, da composição da floresta, por outros fatores que ainda podem ser apurados”, sublinhou.

António Costa avisa que os trabalhos estão para durar na serra de Monchique e "não vale a pesar ter a ilusão de pensar que o fogo será apagado nas próximas horas".

Cumpram as ordens de evacuação, diz Costa

O primeiro-ministro apela às populações para respeitarem as indicações dos bombeiros e das forças de segurança no terreno, numa altura em que a prioridade é salvar vidas humanas.

"As autoridades quando apelam à evacuação não estão a violar a constituição nem a lei, estão a assegurar o bem mais precioso, que é a vida humana", declarou o chefe do Governo.

"É absolutamente irresponsável qualquer apelo para que as populações não sigam as recomendações das autoridades", frisou

Costa agradeceu "o enorme civismo com que, perante situações de tragédia, as populações têm seguido as indicações das autoridades, designadamente nas situações de evacuação preventiva".

Para o primeiro-ministro, os últimos dias "demonstraram que vale a pena fazer a prevenção. Porque, se não tivéssemos feito a prevenção, com a vaga de calor que tivemos, teríamos tido mais do que estas 582 ocorrências e incêndios mais dramáticos".

António Costa deixou uma palavra para as populações atingidas pelo fogo de Monchique e para os autarcas da região, destacando a "enorme serenidade e civismo como têm vivido estes dias de aflição".

Sobre a passagem do comando para a Proteção Civil nacional, garante que "não é embaraço nenhum", tem apenas a ver com o tipo e dimensão do incêndio.