O Sindicato dos Funcionários Judiciais alerta para as "más condições de trabalho" dos oficiais de justiça do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça.

Numa altura em que ali decorre o processo Hells Angels, a estrutura sindical denuncia o que diz serem "tempos de trabalho sem períodos de descanso e remuneração de horas extraordinárias".

Fernando Jorge, presidente do sindicato, explica que o problema resulta do "excesso de diligências urgentes nos últimos dias".

“É uma situação sistemática dos últimos anos”, que foi evidenciada pelas detenções “em grande número” no caso Hells Angels e do ataque à Academia de Alcochete, sublinha.

“É um número elevado de detenções e há necessidade de prolongar os interrogatórios durante a noite e o fim de semana. Os funcionários que asseguram este serviço recebem exatamente o mesmo que os colegas que saíram às 17h00 de sexta e só regressam na segunda-feira”, explica Fernando Jorge.

“Não há o reconhecimento por este trabalho extraordinário, nem sequer em termos de refeições. E mais: se o interrogatório terminar às 3h00 ou 4h00 da manhã e as pessoas tiverem que regressar a casa de táxi, essa deslocação tem que ser paga pelo funcionário”, remata o dirigente do Sindicato dos Funcionários Judiciais.