Os professores lamentam o que dizem ser a falta de reação do Governo à disponibilidade manifestada pelos sindicatos para que se retomem as negociações sobre o descongelamento do tempo de carreira.

A plataforma que convocou a greve às avaliações, em curso desde esta segunda-feira e para a qual foram decretados serviços mínimos obrigatórios, entregou uma carta dirigida ao ministro da tutela, Tiago Brandão Rodrigues, em que é reafirmada a vontade de regressar às conversações sobre o descongelamento do tempo de serviço.

Em declarações aos jornalistas à porta do Ministério da Educação, o dirigente da FENPROF, um dos sindicatos que convocaram a paralisação, lamentou o silêncio por parte do Governo.

"Não vale a pena o Ministério da Educação dizer N vezes que querem negociar, vão marcar reuniões, estão disponíveis para, e depois não as convocam, nós não as podemos convocar", ressaltou Mário Nogueira. "Nós hoje estamos aqui, se houvesse vontade, não estou a dizer que fosse assim mas até poderia estar o sr. ministro ali e podíamos até reunir."

Citando os "recados" que o ministro "tem mandado pela comunicação social ou através da Assembleia da República" sobre a sua disponibilidade para negociar, Nogueira criticou que ainda nada tenha acontecido.

"Querem negociar? Estamos aqui. E então? Quem representou aqui o sr. ministro da Educação, que foi uma pessoa do gabinete do sr. primeiro-ministro, limitou-se a ouvir o que dissemos e a única cosa que fizeram foi pôr um carimbo numa fotocópia do pedido da carta aberta, para dizer que foi recebido. Não houve uma palavra, não houve nada. Alias, nós dissemos agora no final que podíamos combinar já uma data mas foi um silêncio completo."