Os sindicatos dos professores já responderam ao desafio lançado pelo ministro Tiago Brandão Rodrigues na Manhã da Renascença.

“O senhor ministro pode dizer o que lhe apetece e depois não praticar, porque quem pode convocar reuniões negociais é o senhor ministro da Educação. E eu repito, porque já foi dito no Ministério da Educação que a disponibilidade da negociação é total da parte dos sindicatos”, garante à Renascença o secretário-geral da Fenprof.

Mário Nogueira lembra ainda que “não fomos nós que fechámos a negociação”, mas sim “o senhor ministro da Educação, que disse que se não aceitávamos a posição dele, se acabava ali e não havia posição nenhuma”.

Tiago Brandão Rodrigues afirmou, esta sexta-feira de manhã, que o Governo tem “vontade de negociar, mas para isso é preciso duas partes que possam ser transigentes”. Desafiou-os, por isso, a voltar à mesa das negociações, até porque “ninguém ganha com a beligerância e todos perdem com esta beligerância”, afirmou.

Da parte da Fenprof, Mário Nogueira garante que, se o seu sindicato puder “convocar o senhor ministro para uma reunião negocial, a nossa sede está completamente disponível”.

Do lado da FNE, João Dias da Silva confirma estar disponível a negociar, mas que o primeiro passo tem de ser dado por Tiago Brandão Rodrigues. O sindicalista diz mesmo esperar esse sinal, até porque permitira terminar com a greve que está prevista durar até ao dia 13 de julho.

“Não queremos a continuação da greve, queremos acabar com a greve. Se a greve tiver de continuar é porque o Ministério não se senta à mesa da negociação para encontrar a solução que tenha em conta aquilo que é legítimo para os professores”, sustenta.

“No acordo que fizemos em novembro, tínhamos um limite em 2023, já dissemos que temos disponibilidade para encarar outras situações que ultrapassem este limite – é isso que temos que trabalhar com números que sejam conhecidos e que sejam consistentes”, acrescenta.

Os professores estão em greve desde o início de junho. Exigem que o Governo reponha os nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço das carreiras dos docentes que estão congelados desde 2005 e criticam aquilo que consideram ser uma injustiça feita à classe face a outras cuja progressão nas carreiras foi entretanto reposta.

Se não houver acordo, as paralisações podem prolongar-se até outubro.