O Ministério do Ambiente decidiu prolongar, por mais 30 dias, as restrições provisórias impostas à empresa de pasta de papel Celtejo, situada em Vila Velha de Rodão.

Entre as várias medidas impostas destaca-se a redução para metade do volume diário de descargas no rio Tejo.

O Ministério do Ambiente argumenta que, apesar de ter sido registada uma melhoria, os níveis de oxigénio na água ainda “não atingem os valores normais para a época”.

“O Ministério do Ambiente, através da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), decidiu prolongar por mais 30 dias todas as medidas impostas à empresa Celtejo, medidas estas que, após reavaliação, podem ainda vir a ser prolongadas por mais 30 dias, data em que se estima já poder ser passada uma nova licença para a rejeição de efluentes, com regras adaptadas à capacidade real do rio Tejo", refere o gabinete do ministro João Pedro Matos Fernandes.

A 26 de Janeiro, o Governo tinha imposto restrições às descargas de efluentes da Celtejo durante um período de dez dias, período que foi agora prolongado.

Os inspetores do Ministério do Ambiente confirmaram, esta segunda-feira, que houve atrasos na recolha de análises às descargas da Celtejo, no âmbito da investigação à poluição no rio Tejo.

Em conferência de imprensa, a Inspeção Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) informou que só para a semana será possível conhecer os resultados das análises da Celtejo, de onde partem 90 % das descargas da indústria da pasta de papel.

Nuno Banza, inspetor geral, do IGAMAOT, justificou com "constrangimentos inusitados" as dificuldades da recolha da amostragem realizada na Celtejo. O responsável negou-se a adiantar explicações concretas para o sucedido, lembrando que o Ministério Público tem em andamento um inquérito.

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