O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, sustentou que hoje a proteção da independência se faz fora das fronteiras nacionais e na forma como o país é olhado, lembrando a "obrigação" de salvaguardar uma liberdade que "é frágil".

A independência nacional "também é construída na forma como os outros nos olham", na forma como garantimos a defesa própria" e na forma "como, muito mais, somos produtores efectivos de paz e segurança globais", sustentou Azeredo Lopes, no seu discurso na cerimónia comemorativa do 1.º de Dezembro, na Praça dos Restauradores, Lisboa.

O ministro da Defesa discursava na cerimónia comemorativa do 1.º de Dezembro, na Praça dos Restauradores, Lisboa, depois da intervenção do presidente da câmara da capital, Fernando Medina, e à qual assistiram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, entre outras individualidades.

O ministro da Defesa considerou que "é bom" que os portugueses possam aproveitar, "com gratidão" a liberdade e a independência" que foram legadas, mas frisou que essa "liberdade é frágil".

"Em 1640, ficámos a dever a poucos a liberdade de muitos e de muitas gerações sucessivas. Neste nosso país que temos a felicidade de ser pacífico e muito seguro, e que assim construímos, nesta Europa que queremos de paz perene, inclusiva, tolerante e plural e de acolhimento, é bom que aproveitemos com gratidão a liberdade e a independência que nos foram legadas", disse.

Por outro lado, considerou que "de forma prudente e avisada", não se deve esquecer que "essa liberdade é frágil" e lembrou a "obrigação fundamental de a entregar, pelo menos assim tão segura e pacífica".

Tal como na I Guerra Mundial, Portugal combateu em La Lys, disse, hoje "aqueles que enfrenta, o perigo em Bangiui ou em Bocaranga, na RCA (República Centro Africana) estão a garantir a nossa defesa".

"Ou no Mali, a bordo de um C-130. Ou perto de Bamako, onde perdeu a vida, já em junho deste ano, o sargento-chefe Benido. Ou, antes, na Bósnia, no Líbano ou no Mediterrâneo, ou na Lituânia. Ou, dentro em breve no Afeganistão. Ou, em Bensmayah, no Iraque", enumerou.

Protesto de professores

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve presente no encontro mas não discursou. Marcelo não escapou, contudo, a uma manifestação de professores.

Cerca de meia centena, com cartazes a reclamar "respeito" e "justiça", procurou chegar à fala com o Presidente da República, para lhe fazer chegar um protesto sobre a sua situação laboral.

Marcelo Rebelo de Sousa foi abordado por duas professoras da região norte do país, que afirmaram, em lágrimas, que os docentes estão "indignados e revoltados" e questionaram "porque é que o ministro da Educação" não as recebe.

As professoras referiram que foram "lesadas" pelo concurso de mobilidade interna de Agosto, que excluiu os horários incompletos, sendo colocadas em áreas mais longe da residência. Na fase seguinte do concurso, dizem, esses horários já foram incluídos, acabando por deles beneficiar outros professores menos graduados.

Uma situação que Paulo Fazenda, um dos professores que estava no local, disse ser "ilegal".

Segundo as docentes está em preparação um anteprojeto de decreto-lei que "não resolve a situação" daqueles trabalhadores, diploma que Marcelo Rebelo de Sousa pediu para lhe ser entregue.

Questionado pela Lusa, o Presidente da República assegurou que irá analisar a situação: "Vou analisar porque eu não conhecia este projecto, vou ver", disse.

Perante as professoras, que ouviu durante quase dez minutos, Marcelo Rebelo de Sousa comprometeu-se a analisar o diploma, ouvindo que é, para aqueles profissionais, "a única esperança".