A Associação das Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal (AVMISP), que representa os lesados pelos incêndios de 15 de Outubro, quer que o Governo pague já 70 mil euros de indemnização a todos os familiares das vítimas mortais dos incêndios.

“Se o valor mínimo a pagar são 70 mil euros, então que paguem já, hoje ainda, a toda a gente esses 70 mil euros”, diz o presidente da associação, Luís Lagos, em declarações à Renascença.

O Conselho criado pelo Governo para fixar os critérios de indemnização às vítimas dos incêndios que atingiram a zona centro do país em Junho e Outubro anunciou na terça-feira que 70 mil euros será o valor mínimo a pagar por cada vítima mortal mas o valor pode subir consoante as especificidades de cada caso.

“A Provedoria de Justiça, que é uma entidade idónea e com total independência, fará o seu trabalho para percebermos qual será o acrescento que cada uma das vítimas terá que ter, em razão da sua situação em particular”, acrescentou Luís Lagos.

O presidente da AVMISP explica a urgência do pedido com as dificuldades pelas quais passam muitos familiares das vítimas, dando como exemplo o caso de um jovem de Oliveira do Hospital que perdeu pai e mãe e não consegue fazer face a despesas básicas.

As situações mais graves de incêndios em Portugal este ano ocorreram em Junho, em Pedrógão Grande - quando um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos -, e a 15 de Outubro passado, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, que provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.