O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses espera que se “escolha alguém com o perfil adequado às reformas que efectivamente se impõem”. É a reacção de Jaime Marta Soares à demissão do presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Em declarações à Renascença, Jaime Marta Soares lembra que “a Liga dos Bombeiros Portugueses deve ser ouvida”.

No entanto, Marta Soares aguarda para conhecer o que pensam o primeiro-ministro ou o novo ministro sobre as alterações a fazer na estrutura e no nome que a liderará.

Já sobre a demissão de Joaquim Leitão da Protecção Civil, Jaime Marta Soares considera que era esperada. Foi a melhor solução e revela a "dignidade e o carácter" de Joaquim Leitão, acrescenta.

"A situação do senhor presidente da Autoridade já era uma demissão esperada porque a sua posição estava fragilizada desde os problemas de Pedrógão [Grande]. Estaria já pouco mais do que em gestão corrente e a Autoridade já não assumia muito daquilo que importava preparar em termos de futuro. Por isso, esta é uma atitude de dignidade, que define o carácter do senhor coronel Joaquim Leitão", afirmou o presidente da LBP.

O presidente da ANPC, Joaquim Leitão, entregou na quarta-feira a carta de demissão dirigida ao secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que, por sua vez, a remeteu para o primeiro-ministro, atendendo à saída, no mesmo dia, da ministra da tutela, Constança Urbano de Sousa, do executivo. A demissão foi aceite por António Costa.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 43 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em Junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.