O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, está preocupado com a falta de mobilização dos portugueses face à mais recente tragédia dos incêndios em Portugal.

Ao contrário do que aconteceu em Junho, após o fogo de Pedrógão Grande, agora, depois dos incêndio na região centro e Norte de Portugal em que morreram 42 pessoas, não se tem assistido a nenhuma onde de solidariedade.

“Até ontem, não recebemos nenhum telefonema de alguém a perguntar ‘o que é que precisam de nós, em que é que posso ajudar’”, diz Eugénio da Fonseca, em declarações ao programa Carla Rocha – Manhã da Renascença.

Eugénio da Fonseca conclui que “há uma retracção” dos portugueses. “O nosso povo é geneticamente solidário e desta vez, quanto à Cáritas, isso não está acontecer”, refere.

O presidente da Cáritas atribui essa postura às suspeitas de descoordenação e as dúvidas levantadas sobre o destino dos fundos angariados em Junho.

Este ano, os incêndios florestais já provocaram a morte a mais de 100 pessoas e deixou um rastro de destruição na floresta. De acordo com as estatísticas europeias, actualizadas com as informações fornecidas pela NASA, em 2017 já arderam 520 mil hectares de floresta em Portugal.

Este número representa mais de metade do total da área ardida da União Europeia que foi de 900 mil hectares.

As mesmas estatísticas indicam que este é o pior ano de sempre, ultrapassando os 425 mil hectares de 2003.