Mais de 1.500 pares de meias seguem esta semana para o campo de refugiados de Calais, no Norte de França, graças a um projecto desenvolvido por três jovens de Leiria.

O projecto “Meia no Pé para Calais” nasceu na mente de Maria Fernandes quando a jovem, estudante de Acção Humanitária, fazia voluntariado no campo de refugiados da cidade francesa.

Em entrevista à Renascença, a jovem diz que, “no ano passado, já tinha visto que meias é uma coisa que as pessoas nunca dão”, porque “quando damos roupa nunca nos lembramos das meias ou da roupa interior.”

Este ano, de novo em Calais, a situação agravou-se. A jovem reparou numa publicação do Facebook das organizações não-governamentais no terreno que dizia: “não havia meias de todo, não tinham nada para dar e, inclusive, voluntários estavam a fazer meias à mão, de roupa que não ia ser doada”.

A Maria Fernandes, juntaram-se os amigos Miguel e Telmo. O projecto foi divulgado nas redes sociais e, rapidamente, apareceram interessados em funcionarem como pontos de recolha.

A campanha, agora no fim, teve sucesso. De acordo com a jovem, pelo menos 1.500 pares de meias foram já entregues, mas há quantidades que ainda não estão contabilizadas pelo que o número será certamente superior.

Esta quarta-feira, os três jovens que encabeçam o projecto vão pegar numa carrinha emprestada e fazer a recolha pelo país para, depois de uma triagem, levarem as meias para Calais. Ali serão entregues às organizações não-governamentais que, no terreno, apoiam os refugiados.

Quem ainda quiser colaborar, deve ir à página do Facebook “Meia no Pé para Calais” e procurar o ponto de recolha mais próximo. As meias, aos pares, deverão ser novas ou usadas, mas em bom estado e lavadas.