A ministra da Administração Interna anunciou esta segunda-feira que já estão a ser identificadas as vítimas mortais decorrentes do incêndio que começou no sábado em Pedrógão Grande.

“Das 62 já foram identificadas 24, mas o processo está sempre a decorrer, pelo que este número já pode estar desactualizado”, ressalvou nas declarações aos jornalistas.

Constança Urbano de Sousa acrescentou, por outro lado, que não existe qualquer vítima de origem estrangeira, segundo os dados recolhidos até agora. Quanto às que já foram identificadas, a ministra disse não saber donde eram, mas o comandante das operações, Elísio Oliveira, acrescentou ter sido criada uma linha de informação.

“Neste momento, a Protecção Civil tem uma linha directa para todas as informações sobre identificação das vítimas e estradas cortadas: 800 246 246”, afirmou.

“Há todo um trabalho de identificação que está a ser acelerado. Numas vítimas é mais fácil, outras exigem testes complementares”, disse, por seu lado, a ministra.

No terreno, “equipas de militares” estão a fazer o reconhecimento do cenário “com equipas multidisciplinares, a ir às alfeias e às casas”, referiu Constança Urbano de Sousa, ressalvando que “as equipas só podem progredir se tiverem condições de segurança”.

Este incêndio provocou 62 mortos e 62 feridos, números que ainda poderão vir a aumentar.


Condições difíceis no terreno

“Há vários sectores que estão a ceder aos meios de forma favorável”, diz o comandante das operações de socorro. “A temperatura aumentou, mas alguns meios aéreos, nomeadamente aero-bombardeiros pesados, já começaram a trabalhar em alguns sectores”.

Elísio Oliveira volta a afirmar que “todos os operacionais no terreno estão a dar o seu melhor para controlar a situação o mais depressa possível”, mesmo sendo “um trabalho complicado”.

“A orografia do terreno torna difícil ou impossível os meios terrestres actuarem” e, quanto aos meios aéreos, há “disponíveis, mas não temos condições meteorológicas para que todos possam estar a actuar”, explicou.

Algumas frentes estão já em fase de rescaldo.

Agora, é preciso “tempo e colaboração da população para que os operacionais possam operar”, conclui o comandante operacional.