Veja também:


O Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) convocou para esta segunda-feira, em Vila Real, uma concentração que tem como objectivo exigir o encerramento da central nuclear de Almaraz e colocar o tema na agenda da cimeira luso-espanhola.

A 29.ª cimeira dos governos português e espanhol, liderados por António Costa e Mariano Rajoy, decorre entre hoje e terça-feira, na região do Douro e em Vila Real.

Aproveitando o encontro dos governos, o MIA convocou uma manifestação antinuclear na praça do município da cidade transmontana, na qual vão também marcar presença dirigentes da associação ambientalista Quercus.

“O objectivo é, neste primeiro dia de cimeira e em que os governos espanhol e português vão estar reunidos, chamar mais uma vez a atenção para os problemas da energia nuclear”, afirmou à agência Lusa Nuno Sequeira, da Quercus.

O ambientalista disse que se pretende "que os dois governos falem sobre este problema na cimeira”. “Por aquilo que nós sabemos o assunto foi deliberadamente esquecido ou ignorado e não faz parte da ordem de trabalhos da reunião”, explicou.

Na semana passada, o primeiro-ministro, António Costa, explicou que o tema da central nuclear de Almaraz não será abordado especificamente na cimeira luso-espanhola porque tem sido tratado directamente por ele próprio e pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e do Ambiente.

A concentração dos ambientalistas e activistas visa também exigir que os dois executivos tomem “medidas no sentido de colocar em marcha o encerramento de Almaraz, na data que está determinada, em 2020”.

A central nuclear fica situada junto ao rio Tejo, na província de Cáceres, em Espanha, a cerca de 100 quilómetros da fronteira com Portugal.

É por isso, segundo Nuno Sequeira, "a central que mais perto está de Portugal e aquela que mais impactos pode ter no nosso país no caso de acontecer um acidente".

“Queremos aproveitar simbolicamente a cimeira para chamar a atenção dos governantes e da opinião pública para este problema que consideramos muito grave e que está a ser repetidamente ignorado por Portugal e por Espanha, com a conivência de Bruxelas”, salientou Nuno Sequeira.