O secretário de Estado da Saúde garante que os aumentos salariais por consultas fora de horas são para todos os profissionais de saúde e não apenas para os médicos.

Em declarações à Renascença, Fernando Araújo explica que "a ideia-base é que os estímulos de vencimento em função da produção sejam alargados à equipa que realiza os actos”.

“Dessa forma”, esclarece, “dependendo do tempo de consulta ou de exame, poderá incluir enfermeiros, assistentes. Ou seja, todos os elementos das equipas que prestam cuidados de saúde aos utentes".

Em causa está um acréscimo que pode variar entre os 12 e os 19 euros por cada consulta ou exame médico realizado fora do horário habitual de trabalho.

Apesar de considerar que, "no limite”, nunca será possível “competir com os valores algumas unidades privadas praticam", o secretário de Estado da Saúde considera que este é "um projecto diferente, que inclui um melhor vencimento mas, também, outras vertentes como a formação, a investigação associada a uma carreira profissional diferenciada no Serviço Nacional de Saúde”.

“Com estes valores, poderemos, numa perspectiva mais abrangente, captar mais profissionais de qualidade para o SNS", afirma.

Para cumprir este plano, que deverá entrar em vigor ainda este ano, o Governo não exclui a possibilidade de contratar mais profissionais de saúde. Fernando Araújo diz até que "o SNS continua a contratar recursos humanos médicos em especialidades carenciadas”.

“Um bom exemplo disso é a especialidade de radiologia. Mas, para além de termos mais profissionais, precisamos também que eles trabalhem mais horas.”

Só dessa forma, diz Fernando Araújo, "será possível evitar que muitos exames sejam feitos no exterior, o que nos obriga a pagar um custo muito mais elevado em relação a exames feitos dentro do SNS".

O bastonário da Ordem dos Médicos disse esta quarta-feira à Renascença que a medida não pode ser definitiva, mas que, no imediato, vai aumentar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde.