O comandante da companhia do curso de comandos, que esta segunda-feira vai ser interrogado na sequência da morte de dois alunos, revelou no inquérito interno que um dos quatro grupos de instrução era constituído por recrutas mal preparados.

O "Público" revela que esta avaliação, feita pelo capitão Rui Monteiro no âmbito das averiguações internadas levadas a cabo pelo Exército, surge como resposta à desistência de sete instruendos, seis deles logo nos primeiros dois dias de provas.

De resto, o "Público" acrescenta que durante o processo interno, o comandante do curso 127 de comandos afirmou que, durante o estágio de preparação - anterior à formação propriamente dita - o desempenho dos instruendos ficou aquém do que seria de esperar, do ponto de vista físico, mas também técnico e psicológico.

Ora, os dois formandos que morreram pertenciam justamente a este grupo que, sabe-se agora, não teria a preparação necessária.

Quando confrontado pelo oficial que conduziu o processo, o coronel Siborro Reis, de que “no respeitante à parte física, todos os recrutas tinham superado as provas físicas de acesso”, o capitão Rui Monteiro disse que nas quatro semanas de preparação para o curso o desempenho do grupo de graduados foi muito aquém do seria de esperar.

Além do capitão Rui Monteiro, será também interrogado no DIAP de Lisboa o tenente-coronel Mário Maia - director do curso de comandos.

Este último é suspeito de não ter acatado as ordens do comandante das forças terrestres que havia ordenado a suspensão da recruta.

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