A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública promete “uma resposta muito firme e muito forte dos trabalhadores da Função Pública”, caso se venha a verificar o fim das progressões automáticas.

“É inadmissível. E a ser verdade não faz sentido nenhum”, diz à Renascença a dirigente Ana Avoila. A sindicalista garante que, se for necessário, irão recorrer “a todas as formas de luta que estiverem ao alcance no sentido de impedir isso”.

A reacção surge após a notícia do “Público” de que as promoções na função pública podem vir a ter novos critérios, decorrentes da reestruturação das carreiras que o Governo está a preparar. O jornal, que cita um responsável governamental, refere que essas mudanças podem pôr fim às “subidas” automáticas.

“É mais um golpe nos direitos dos trabalhadores da Função Pública, é uma afronta é uma falta de cumprimento da promessa que o Partido Socialista fez no seu programa de que descongelava as progressões remuneratórias a partir do ano de 2017”, acrescenta Ana Avoila.

A sindicalista lembra ainda que “não há progressões automáticas na Função Pública” e que os escalões foram congelados em 2005. “Desde essa altura nunca mais tivemos mudança remuneratória, reduzindo drasticamente a remuneração da Função Pública”, garante.

STE fala em notícias “plantadas”

Helena Rodrigues, dirigente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), diz não entender a notícia.

“Há muitos anos que não há progressões automáticas. Há progressões na Administração Pública em função de avaliação do desempenho”, lembra.

“Aquilo que me parece é que é uma notícia plantada para fazer correr uma lebre. Nós estávamos habituados a esse tipo de comportamento do Governo anterior, não deste que é uma solução governativa nova e tem ali várias forças e acho estranho esta notícia plantada”, acrescenta.

A sindicalista admite que o executivo querer “dar mais dinheiro a uns, como aconteceu com os trabalhadores que estão em categorias mais baixas no início da tabela com a subida do salário mínimo” mas espera pelo diálogo com o Executivo.

“Vamos ver, vamos aguardar. Aquilo que esperamos é que o Governo venha dizer às organizações sindicais, aos que representam os trabalhadores o que é que quer de facto dos serviços públicos”, remata.