O presidente do conselho de administração do Hospital da Guarda quer uma investigação rápida e até às últimas consequências do caso da bebé que morreu com 37 semanas de gestação.

Em declarações à Renascença, Carlos Rodrigues admite que o desaparecimento dos exames cardíacos feito à bebé que morreu ainda na barriga da mãe é uma situação grave e um caso de polícia que deve ser investigado até ao fim.

“No decurso desta investigação, pediu-se ao departamento da saúde da mulher e da criança mais um documento, que é o tal documento que hoje aparece como desaparecido. De facto, é um exame feito na véspera da entrada da parturiente e que, efectivamente ou alegadamente, desapareceu. Mandei buscar esse documento, através de dois auditores internos do hospital, e eles constaram que ele tinha desaparecido. Isto é um caso de polícia. O caso foi entregue à Polícia Judiciária, através do Ministério Público, e também está a ser investigado por um inquérito que eu levantei.”

Além do extravio dos exames, a imprensa deste sábado revelava que os inspectores da Polícia Judiciária (PJ) não teriam tido acesso às imagens de videovigilância, por motivos técnicos.

Carlos Rodrigues adianta à Renascença que esta situação das imagens já está ultrapassada e a PJ tem em seu poder as imagens que servirão de prova relativamente ao tempo de espera da mãe no hospital.

“A Polícia Judiciária foi ao meu gabinete para conseguir essas imagens. Os serviços técnicos iniciaram logo essa operação, na presença da Polícia Judiciária, mas depois chegaram à conclusão que tinham que fazer outra operação e passar de uma cassete para outra. Isso já foi feito e foi entregue à Polícia Judiciária”, explica o presidente da Unidade Local de Saúde da Guarda.

“O nosso interesse é que haja celeridade e abertura total”, garante Carlos Rodrigues.

O caso da morte da bebé aconteceu no dia 16 de Fevereiro, na Unidade de Saúde Local (ULS) da Guarda.

Segundo a família, a parturiente esteve à espera do médico mais de hora e meia, apesar de estar com perdas de sangue.

A administração hospitalar e a Administração Regional de Saúde de Centro (ARSC) ordenaram a abertura de processos de averiguações para apuramento de responsabilidades na morte da bebé, por alegada falta de assistência.