A associação ambientalista GEOTA entrega, esta quinta-feira de manhã, ao Ministério Público, um pedido de investigação ao que diz serem suspeitas de corrupção e tráfico de influências nas barragens do Tâmega, Tua e Sabor.

“Houve um conjunto de decisões, a mais recente das quais foi o lançamento, agora, do projecto electroprodutor do Tâmega, na esteira de uma suposta revisão do programa nacional de barragens, em 2016, que na verdade não foi revisão nenhuma”, acusa o ambientalista João Joanaz de Melo.

“Há aqui um padrão sistemático de desrespeito pela lei e pelo interesse público e um conjunto de notícias que têm vindo a público ao longo dos anos sobre indício de tráfico de influências e de corrupção. O que estamos a fazer agora é pedir à Procuradoria-Geral da República que investigue a dimensão potencialmente criminal destes processos de decisão”, explica.

Esta manhã, os ambientalistas entregam, por isso, a documentação que indicia práticas ilegais e de favorecimento.

O presidente da assembleia geral do GEOTA fala ainda em avultados prejuízos para os consumidores.

“O facto de estas barragens avançarem e de ser permitido o seu avanço, vai custar aos bolsos dos portugueses 10 mil milhões de euros, números redondos – o que significa triplicar a dívida tarifária ou, dito de outra maneira, a nossa estimativa é que isto vá causar um encargo adicional nas facturas de electricidade de todos nós, principalmente das famílias, em menor grau das empresas, na casa dos 10 mil milhões de euros”, avisa.