Reabriu esta terça-feira, parcialmente, a escola Alexandre Herculano, no Porto. As aulas foram suspensas na passada quinta-feira porque chovia nas salas, dado o elevado estado de degradação do edifício.

Entretanto foram feitas algumas reparações, mas enquanto se aguardam reparações de fundo, centenas de alunos terão de acabar o ano lectivo noutra escola. Excepção feita para os cerca de 400 alunos do nono ano e do secundário, que esta terça-feira regressaram, retomando as aulas numa situação de aparente normalidade, depois de uma primeira intervenção no edifício, envolvendo a colocação de vidros em falta.

Alexandre Alves, um dos alunos que regressou, diz que continua a sentir-se seguro. “Noto que já há algumas reparações cirúrgicas, para que houvesse condições para reabrir a escola. Há uma zona que antes não estava interdita, mas agora está. Eu compreendo, porque há um grande pedaço de tecto que pode a qualquer momento cair. Sinto-me tão seguro agora como me sentia na quinta e na sexta-feira.”

Fernando Barbosa, da Associação de Pais, acredita que é desta que a situação vai ficar resolvida. “Penso que já passou. Falámos com o Ministério da Educação, eles foram peremptórios e nós confiamos. Há sensibilidade para resolver a questão. Estamos a confiar que as obras vão estar prontas.”

“Esta foi a mensagem que a associação de pais passou para os pais, a que o ministério nos passou a nós. Os pais estão confiantes que daqui por três anos os seus filhos virão para uma escola com perfeitas condições de habitabilidade”, conclui.

As obras, orçadas em cerca de seis milhões de euros, são parcialmente financiadas pelo programa 2020.

Quem ainda não regressou às aulas são os 300 alunos do sétimo e do oitavo ano que vão ter de concluir o ano lectivo noutra escola. Durante todo o fim-de-semana foi feito um trabalho minucioso para coordenar horários de alunos e professores das duas escolas, e na quarta-feira já será possível o regresso às aulas.

Face às más condições em que se encontram alguns espaços do edifício, os estudantes dos 7.º e 8.º anos de escolaridade vão ser deslocados para a escola Ramalho Ortigão, que dista cerca de um quilómetro.

A falta de condições na Escola Secundária Alexandre Herculano - projectada pelo arquitecto Marques da Silva (1869 -1947), autor da estação ferroviária de São Bento e da Casa de Serralves, e classificada como imóvel de interesse público - tem motivado intervenções de várias entidades e partidos políticos.