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A Direcção Regional de Cultura do Algarve confirma à Renascença ter autorizado a instalação de estufas no terreno agrícola em Tavira onde estão os vestígios arqueológicos da cidade romana de Balsa.

Sublinha, por outro lado, que o parecer favorável está condicionado à protecção do património já conhecido e do que possa vir a ser encontrado.

Além disso, acrescenta, vai ser aberto em breve um procedimento de ampliação da classificação da “Estação Arqueológica Romana da Luz” como sítio de interesse público, abrangendo a totalidade das áreas onde se localizam vestígios efectivamente documentados pelos trabalhos arqueológicos entretanto efectuados pelo proprietário dos terrenos.

A instalação de estufas de frutos vermelhos na Quinta Tore de Aires, onde se encontra a cidade romana de Balsa, foi embargada pela Direcção Regional de Cultura do Algarve há um ano.

Mas o proprietário do terreno apresentou junto de outras entidades com jurisdição na zona um projecto de instalação das estufas e, garantida que foi a protecção arqueológica do local, a Direcção Regional de Cultura deu parecer favorável condicionado.

As ruínas romanas de Balsa foram descobertas em 1866 na Quinta Torre de Aires. Lá se encontram ainda necrópoles, uma parte habitacional, edifícios com mosaicos, balneários, tanques de salga de peixe, cerâmica e moedas.

Fora da zona classificada como património arqueológico e Zona Especial de Protecção haverá ainda aquedutos, necrópoles, fornos industriais, um hipódromo e algumas vilas suburbanas.

A dimensão dos vestígios é imensa e não há nada comparável em território nacional. “Conímbriga ao pé daquilo é uma pequena cidade de província”, diz à Renascença Manuel Maia, um dos arqueólogos que, em 1977, descobriu esta cidade romana à beira-mar.

As ruínas encontram-se em terrenos privados situados perto de Luz de Tavira, na sua maioria na Quinta da Torre de Aires, que corresponde a uma exploração agrícola.