Os 30 maiores especialistas nacionais em Oncologia defendem uma alteração do método que serve para avaliar a eficácia dos tratamentos em cancro.

Estes especialistas participam no Consenso Estratégico sobre o Valor da Imuno-Oncologia em Portugal, que vai ser apresentado esta terça-feira.

No estudo, da responsabilidade do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica, conclui-se que a imuno-oncologia, como tratamento alternativo em alguns cancros, tem conseguido não só prolongar a vida dos doentes, como também melhorar a qualidade de vida.

Parâmetros que é preciso valorizar, diz Gabriela Sousa, Presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia: “A imunoterapia aumenta a sobrevivência nalguns casos, nalguns tumores, mas avaliar apenas a eficácia do tratamento pela sobrevivência parece-nos redutor”, diz.

“Hoje em dia a mais-valia destes tratamentos traduz-se numa melhoria significativa da qualidade de vida. E portanto houve um consenso generalizado que era muito importante trazer outras métricas para que a avaliação destes novos tratamentos pudesse ser mais precisa, que conseguíssemos avaliar o valor real que tratamentos deste tipo podem trazer aos doentes."

A imuno-oncologia é uma nova linha de tratamento para o cancro qua actua através da mobilização do sistema imunitário do doente, para que seja ele próprio a lutar contra o tumor.

De acordo com este painel de peritos, para que o acesso dos doentes seja melhorado, são necessárias modificações do sistema de saúde, com uma maior aposta na formação dos clínicos.

É, também, necessária uma negociação com a indústria farmacêutica para fazer baixar o preço dos medicamentos.