A Central Termoeléctrica de Sines e a ETAR de Matosinhos são as instalações mais poluentes de Portugal, de acordo com os rankings da ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável.

Com base em dados públicos disponibilizados pela Agência Europeia do Ambiente (AEA), a ZERO elaborou duas listas que identificam as 20 instalações que mais contaminam o ar e a água.

No ranking das emissões atmosféricas o “campeão” é a Central Termoeléctrica de Sines, da EDP, que alcançou uma pontuação de 8,42 nos critérios aplicados pelos ambientalistas.

Em 280 instalações analisadas, a Central Termoeléctrica de Sines foi a primeira em emissões de dióxido de carbono, fluoretos e compostos inorgânicos de flúor, mercúrio e dioxinas e furanos – PCDD+PCDF; a segunda em óxidos de azoto; e a terceira em cloro e compostos inorgânicos de cloro, óxido nitroso e óxidos de enxofre.

A ZERO explica, em comunicado, que no caso desta instalação EDP estão em causa “emissões de poluentes ‘tradicionais’, nomeadamente gases com efeito de estufa” e, também, poluentes “extremamente tóxicos como as dioxinas e furanos”.

O complexo industrial da Portucel de Setúbal ocupa a segunda posição da lista das emissões atmosféricas, com 7,52 pontos, e a fábrica da Portucel de Cacia, em Aveiro, está no terceiro lugar, com 6,45 pontos.

“No caso destas duas fábricas de pasta de papel, há poluentes comuns como as partículas, mas também poluentes específicos como os hidrofluorcarbonetos que são poderosos gases com efeito de estufa, os hidroclorofluorcarbonetos que danificam a camada de ozono ou poluentes com elevada toxicidade, considerados como potencialmente mutagénicos e carcinogénicos, como o benzeno ou os HAP”, adverte a associação ZERO.

O “top cinco” das emissões para a atmosfera é fechado pela fábrica da Unicer de Leça do Balio e pela cimenteira Cimpor de Alhandra.

No campeonato das emissões para o meio aquático as três primeiras posições são ocupadas por estações de tratamento de águas residuais.

A que mais polui é a ETAR de Matosinhos, seguida de Alcântara, em Lisboa, e da ETAR de Ribeira de Moinhos, em Sines, concelho que tem a instalação com mais emissões para a atmosfera.

As estações de Matosinhos e Alcântara estão associadas predominantemente a efluentes domésticos e a de Sines a efluentes industriais.

“Nos dois primeiros casos reflecte-se um peso significativo de poluentes habituais como o azoto e fósforo causadores de eutrofização, sendo significativa a presença de metais pesados e poluentes orgânicos persistentes com toxicidade elevada. De salientar que, relativamente à ETAR de Matosinhos, Portugal está a sofrer sanções por falta de cumprimento da directiva relativa às águas residuais urbanas”, sublinha a ZERO.