O jovem agredido em Ponte de Sor pelos filhos do embaixador do Iraque ainda não está em condições para prestar depoimento às autoridades, afirma o advogado Santana-Maia Leonardo em declarações à Renascença.

A Polícia Judiciária já tentou conversar com Rúben Cavaco, de 15 anos, que se encontra internado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

O advogado Santana-Maia Leonardo afirma que a vítima ainda não tem noção do espaço nem do tempo, por isso foi uma tentativa de diálogo sem sucesso.

“Tentaram [falar com o Rúben]. Compreendemos que as autoridades queiram que as coisas sejam céleres para a recolha de prova e tudo, mas as coisas são o que são, é impossível.”

Em declarações à Renascença, o advogado adianta que Rúben Cavaco, que chegou a estar em coma induzido, não percebeu ainda o que lhe aconteceu.

“Ele reconheceu-me, mas pouco mais do que isso. Uma pessoa pergunta como é que ele está, ele responde que está bem, mas não sabe onde está. Ainda está noutro mundo. Não tem a mínima noção do que aconteceu. Se lhe perguntar, ele fica como se estranhasse que lhe tivesse acontecido alguma coisa. Não é lapso de memória, é não estar em condições sequer de formular uma opinião. Está de olhos abertos e só isso.”

O advogado de defesa do jovem agredido ainda não teve acesso ao processo, porque as autoridades ainda não a recolher provas.

“O processo está em segredo de justiça. Eu requeri o levantamento do segredo para consultar, mas foi indeferido. É absolutamente normal que, nesta fase inicial, se faça a recolha da prova e só depois o Ministério Público abre o processo às partes. Não nos podemos esquecer que isto está numa fase muito inicial, só passou uma semana. É de estranhar é o processo ter avançado tanto. Acredito que irá ser levantada a imunidade e que não irá demorar muito tempo”, afirma Santana-Maia Leonardo.

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