A Arméria - Movimento Ambientalista de Peniche contestou, esta quinta-feira, a criação de uma praia para cães em Peniche, alegando risco para o património ambiental, mas a autarquia rejeita qualquer perigo.

A "preocupação” e a "posição contrária" à criação de uma praia para cães é defendida pela Arméria num comunicado onde aponta vários riscos.

Segundo o movimento, a praia do Porto da Areia do Norte, onde no sábado será inaugurada a praia para cães, encontra-se numa área que "não apresenta condições de segurança nem estacionamento ajustados a uma utilização mais ou menos intensiva".

Por outro lado, "nas proximidades existem ainda vários e relevantes vestígios históricos e arqueológicos", que a Arméria teme que fiquem em causa, apesar de o espaço se encontrar "integrado na Reserva da Biosfera das Berlengas, assim como poderá ser uma mais-valia para o corte geológico da Ponta do Trovão, também alvo de classificação por parte da UNESCO", refere o comunicado.

Na envolvente à praia, continuam a ser feitos estudos de âmbito geológico, lembra.

O movimento contesta o facto de não ter sido consultado e de desconhecer os critérios que levaram à escolha do local, demonstra estranheza pela rapidez com que decorreu o processo de criação da praia.

O presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, contactado pela Lusa, admite não ter ouvido o movimento ambientalista sobre a criação da praia por considerar não estar em causa "qualquer tipo de degradação de valores ambientais", antes pelo contrário.

A praia "já era frequentada por pessoas com cães, sem qualquer tipo de normas", relembra o presidente.

António José Correia lembrou ainda que a zona onde se insere a praia do Porto da Areia do Norte tem em execução um plano que pretende criar zonas de estacionamento e a afixação de painéis informativos sobre a riqueza patrimonial daquele espaço. Para além de aumentar a “vigilância através de meios da autoridade marítima, acrescenta o presidente.

"Colocámos sinalética proibitiva de estacionamento junto das zonas mais sensíveis, e aguardamos a aprovação de uma outra intervenção de protecção da arriba, com a colocação de delimitadores em madeira tratada", adiantou o presidente.