“Escola pública é de todos, a privada é só de alguns”, “o Governo do Estado não pode ir para o privado” foram alguns dos slogans gritados por milhares de pessoas que marcharam entre a praça Marquês de Pombal e o Rossio, em Lisboa, para defender uma escola pública de qualidade.

Algumas das personalidades que subscreveram a petição em defesa da escola pública que foi entregue na Assembleia da República subiram ao palco montado no local e fizeram intervenções sobre os motivos que os trouxeram à rua.

Entre os oradores constam a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, e a antiga secretária de Estado da Edução Ana Benavente.

Na intervenção inicial, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, salientou que esta iniciativa "não é uma marcha contra ninguém, nem contra os colégios privados, é uma iniciativa pela defesa da escola pública, que tem sido maltratada". Mário Nogueira disse que o ensino público tem sofrido um desinvestimento nos últimos anos, sobretudo nos 4 anos de Governo PSD/CDS.

Os manifestantes empunharam cartazes que deram colorido à praça e reforçaram o apelo à defesa da escola pública.

A marcha foi promovida principalmente pela Fenprof, convocada no final de Maio, numa altura em que os colégios privados, com contrato de associação, se desdobravam em acções diárias para contestar a anunciada redução do número de turmas financiadas pelo Estado em estabelecimentos particulares, a partir do próximo ano lectivo.

A petição em defesa da escola pública, que a Fenprof entregou na Assembleia da República, e que teve entre os primeiros subscritores nomes como os músicos Sérgio Godinho, Fausto e Pedro Abrunhosa, o poeta Manuel Alegre, a autarca Helena Roseta, a historiadora Raquel Varela ou o catedrático Santana Castilho, reuniu mais de 71 mil assinaturas.