A chuva engrossou quando o primeiro-ministro passou o microfone ao Presidente, mas Marcelo Rebelo de Sousa não recuou no palco da Festa da Rádio Alfa, nos arredores de Paris. Queria falar perto dos muitos portugueses que ali estava e que o tinham vindo a saudar pelo recinto fora, fazendo-o parar a cada passo para dois dedos de conversa e as já mais do que tradicionais fotos.


Mas logo António Costa veio em seu socorro, protegendo-o com um chapéu de chuva. “Estão a ver o que é a colaboração entre os dois poderes … mas vejam bem que quem tem o guarda-chuva é o primeiro-ministro de esquerda, quem é apoiado é o Presidente que vem da direita”, disse logo Marcelo. E lá por detrás, o primeiro-ministro retorquiu: “É a solidariedade.” “É a solidariedade”, assentiu e reforçou o Presidente.

O primeiro-ministro tinha discursado antes. Anunciou a abertura, no dia 18, em Paris do primeiro espaço do cidadão fora de Portugal para que os emigrantes possam tratar de assuntos com o Estado português, saudou o compromisso do Presidente francês par desenvolver o ensino da língua portuguesa e apelou ao apoio de todos à selecção nacional.

“Como disse o sr. primeiro-ministro vamos apoiar a nossa equipa, mas para além de apoiar a nossa equipa vamos apoiar a equipa que é o nosso país, que é a equipa de todos”, afirmou por seu lado o Presidente que, mais uma vez, fez o elogio do povo.

“Foi o povo que fez Portugal, foi o povo que fez a Pátria que somos. O melhor que nós temos é o povo. Não é que os políticos também não sejam bons, mas o povo é melhor do que os políticos”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, elogiando o “povo de Portugal” que” aguentou firme todas as situações”, mas sobretudo o povo que vive fora de Portugal. “Vocês são do melhor que nós temos”, acrescentou o Presidente, que logo no início fez questão de lembrar que na história da sua família têm vários casos de emigrantes.