A Polícia Judiciária afasta a hipótese de homicídio para explicar a morte de um estudante universitário na cidade do Porto.

A tese contraria o que as próprias autoridades afirmaram inicialmente. Pelas 9h49, a agência Lusa noticiou, citando fonte da PSP, que o estudante, de 20 anos, foi espancado até à morte.

Os novos indícios apontam para uma “queda acidental” de Joel Rafael, de 20 anos. Esta queda terá ocorrido durante uma altercação entre dois grupos de jovens.

A versão resulta do relato que várias testemunhas oculares fizeram à Polícia Judiciária, mas também das imagens captadas pela videovigilância instalada no Polo Universitário da Asprela.

Passavam alguns minutos das 4h30 da manhã quando, na sequência de uma altercação sem gravidade entre vários jovens, um deles caiu e não voltou a levantar-se.

Terá sido aliás a tentativa de uma amiga para acalmar os ânimos que contribuiu involuntariamente para a queda da vítima.

Mesmo que não tenha ainda ouvido alguns jovens que abandonaram o local, a brigada de homicídios da Judiciária do Porto acredita, nesta altura, que o jovem não foi vítima de agressões intencionais, mas sim de um lamentável acidente.

A Polícia Judiciária vai continuar a recolher depoimentos dos elementos envolvidos.

O primeiro alerta ao INEM, via 112, foi dado às 4h39 da madrugada. Dava conta de que um jovem tinha sido agredido e estava ferido no parque de estacionamento da Faculdade de Engenharia.

A primeira equipa do INEM a chegar encontrou o jovem de 20 anos já em paragem cardio-respiratória, tendo sido depois levado para o Hospital de S. João em manobras de suporte avançado de vida. A morte aconteceu já no hospital, pouco antes das 6h00 da manhã.

Segundo o registo da ocorrência da Polícia Judiciária e que foi comunicado à Lusa, um grupo de indivíduos teria agredido o estudante do ensino superior, que circulava na via pública com colegas, sem “justificação prévia” ou “provocação prévia”.

“Não foi entregue qualquer tipo de arma” e a vítima foi transferida para o Hospital de São João do Porto, local onde veio a morrer, acrescentou a mesma fonte policial.

Ambiente de “consternação”

O Politécnico do Porto e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto manifestaram "dor e perplexidade" pela morte do seu estudante e referiram estar em contacto com as autoridades policiais e académicas para conhecer as circunstâncias concretas do caso.

“As aulas estão a decorrer”, mas “o ambiente é de grande consternação”, diz o presidente do ISCAP.

“As pessoas, à medida que vão tomando conhecimento da notícia vão ficando bastante consternadas”, conta Olímpio Castilho.

[Notícia actualizada às 19h43, depois de a PJ ter informado que a morte de Joel Rafael terá como causa uma queda e não uma agressão]