As medidas de coacção dos cinco arguidos no processo de alegada corrupção relacionada com compra de autocarros para os Transportes Urbanos de Braga (TUB) serão conhecidas no domingo, informou um advogado do processo.

Segundo Artur Marques, os interrogatórios aos arguidos, que duravam desde sexta-feira, terminaram cerca das 19h00 de sábado.

"Os interrogatórios correram muito bem, na perspectiva da defesa e da justiça", referiu Artur Marques, advogado de Vítor de Sousa, ex-vice-presidente da Câmara de Braga e ex-administrador dos TUB.

O advogado disse ainda ter "alguma esperança" de que as medidas de coacção não sejam "muito gravosas", considerando que os esclarecimentos prestados pelos arguidos "alteraram os pressupostos" que levaram à sua detenção.

Além de Vítor de Sousa, foram também detidos dois outros responsáveis dos TUB e dois "altos quadros" da empresa alemã MAN.

A detenção ocorreu no cumprimento de mandados emitidos no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público - Departamento de Investigação e Acção Penal de Braga.

Os arguidos estão indiciados pela prática de crimes de corrupção em prejuízo do comércio internacional e de administração danosa.

Segundo um comunicado da PJ, os administradores dos TUB terão recebido "várias centenas de milhares de euros" como "contrapartidas" por alegadamente beneficiarem a MAN na aquisição de autocarros.

Ainda de acordo com a PJ, aqueles responsáveis dos TUB "presumivelmente viciaram, durante cerca de meia dúzia de anos, os procedimentos concursais para aquisição de viaturas pesadas de transporte de passageiros".

A ideia seria "beneficiar" a MAN, empresa que também foi constituída arguida neste processo.