A iniciativa chama-se “Caravana pelo Tâmega - De Chaves a Amarante”. É organizada pelo projecto Rios Livres, da associação ambientalista GEOTA, e visa “sensibilizar as populações para as maiores ameaças ao rio Tâmega”, que são “a poluição e a construção de quatro grandes barragens neste afluente do Douro”.

A "Caravana pelo Tâmega" arrancou em Chaves e até domingo vai percorrer os concelhos de Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Mondim de Basto e Amarante, os concelhos mais afectados com a construção dos empreendimentos hidroeléctricos.

É para Amarante que está programada a acção e o protesto que os ambientalistas consideram inédita.

Uma flotilha de dezenas de canoas e caiaques vai partir de Fridão, local onde a EDP planeia um empreendimento hidroeléctrico com o mesmo nome, que obrigará “à construção de duas barragens e inundará uma área superior a 850 campos de futebol”, e chegará pela hora de almoço ao centro de Amarante.

“Queremos fazer a maior manifestação de sempre: encher o rio de desportistas de águas bravas e mostrar que a construção das barragens de Fridão, Daivões, Gouvães e Alto Tâmega não é um assunto fechado. Há milhares de pessoas contra estas obras, que querem um rio limpo e livre”, revela Ana Brazão, coordenadora do projecto Rios Livres.

Além do contacto com as populações e de sessões de esclarecimento os “caravanistas” apostam na educação.

“Em Chaves fomos muito bem recebidos pela comunidade escolar. Tivemos oportunidade de falar sobre os prós e contras da produção de energia hidroelétrica, sobre a importância dos rios e da sua preservação e de realizar actividades com mais de uma centena de alunos”, conta Ana Brazão.

A "Caravana pelo Tâmega" culmina com um debate “Barragens no Tâmega: Problema ou Oportunidade?”, para o qual a organização convidou representantes dos municípios do Vale do Tâmega, EDP e Iberdrola, ambientalistas, especialistas em questões energéticas e da qualidade da água e empresários do sector turístico.