O Lagar de Varas do Fojo, em Moura, distrito de Beja, está novamente de portas abertas, depois de algum tempo de encerramento para obras.

“O edifício tinha vários problemas, alguns dos quais ao nível da cobertura. Como está à nossa responsabilidade, quisemos dar-lhe melhores condições, quer para quem ali trabalha quer para os visitantes”, explica à Renascença, o presidente da Câmara de Moura, Santiago Macias.

O lagar, que retrata o fabrico do azeite num período em que a força animal era o motor da produção, tem a classificação de “Imóvel de Interesse Público”. Terá tido um período activo de laboração durante um século (1841-1941) e, pela sua autenticidade e estado de conservação, é hoje considerado um incomum exemplar na Península Ibérica.

“Quem nos visitar”, garante o autarca de Moura, vai poder encontrar o lagar como se estivesse “congelado no tempo, pois está tal e qual como funcionava na primeira metade do século 20, tendo todo o sistema de produção preservado”. Para além disso, “o edifício em si que é uma peça de arquitectura tradicional o que confere um ambiente muito peculiar a este espaço”.

Conciliar tradição com modernidade é intento do município alentejano que manifesta vontade de articular este trabalho de promoção e divulgação “com as modernas unidades de laboração existentes neste concelho onde a olivicultura assume grande relevância”.

Santiago Macias revela à Renascença um outro desafio em progresso: associar a actividade do lagar com a actividade dos industriais da restauração. “Por exemplo, um promotor turístico quer fazer uma visita ao local e, porque não, aproveitar para ali servir uma refeição?”, sugere o presidente da Câmara de Moura.

“Esta é também uma forma de apoiar a nossa economia para além de rentabilizar um espaço que se traduz em mais uma oferta patrimonial e cultural para a região”, sublinha.