A inclinação da torre de Pisa, em Itália foi corrigida em cerca de 40 centímetros. É o suficiente para tornar esta atração turística estável durante, pelo menos, 300 anos. Ou seja, se um dia vier a cair, não é para o nosso tempo, nem para o tempo dos nossos filhos, netos ou bisnetos.

Mas porquê a inclinação? Por causa do terreno instável onde foi erguida. A tal ponto que a construção teve de ser interrompida depois de concluído o terceiro andar.

Seguiram-se 100 anos de pausa que acabaram por contribuir para a estabilização do edifício e prosseguir com a construção. Mas a inclinação nunca desapareceu e até aumentou.

A Torre de Pisa é um daqueles casos que parece confirmar o provérbio que diz que o que nasce torto tarde ou nunca se endireita. Ou quanto mais se mexe mais se estraga.

Em 1918, o desvio da vertical ultrapassava cinco metros num edifício com 56 metros de altura e mais de 14 mil toneladas. Era preciso fazer alguma coisa para que a casa não viesse ao chão.

Entre 1984 e 2001 a Torre de Pisa esteve fechada para obras. Foi preciso trabalhar 17 anos para que o monumento reabrisse 40 centímetros menos torto.

Mas este não é caso único em Itália. A torre da Igreja de San Martino di Burano, também conhecida como a torre embriagada, tem uma inclinação ainda mais acentuada do que a da torre de Pisa. Fica em Veneza, a bela cidade dos canais e das gôndolas, que encolhe 23 centímetros por década.

Na verdade, o país em forma de bota, famoso pelas massas, pelas pizzas e pelo bom vinho apresenta a maior densidade de edifícios tortos.

Só que a Alemanha é o país onde as torres são ainda mais tortas: na cidade de Suurhusen há uma torre com 27 metros de altura que, de acordo com o livro de recordes do Guiness, é a mais inclinada do mundo, com mais de 5 graus de desvio.

O mesmo acontece com a torre da igreja de Bad Frankenhausen, abandonada há praticamente 60 anos: 4,5 metros de inclinação e a caminhar rapidamente para um possível colapso.

E nem o famosíssimo Big Ben escapa a esta lista: tem meio metro de desvio entre a base e o ponto mais alto. Alguns especialistas avisam que o Tower Clock inclina-se a um ritmo de 0,9 milímetros por ano.

Em todos os casos, a explicação reside na instabilidade dos terrenos.